E outro alguém levantou socando o despertador. O dedo bateu no pé da mesa, gritou estridente, acordou o sono vizinho que emburrou-se o rosto e assim ficou para levar à escola seu filho pedindo uns reais pra bala frustradamente. A criança gritou, bateu o pé, mas se conformou na aula de matemática mordendo a mão da professora que, dolorida, mandou o patrão tomar no cu, e de contra-ataque levou uma demissão.
Desnorteada com o sangue borbulhando, esbarrou no mendigo lhe pedindo comida. Ele já perdeu as contas de quantas vezes foram negadas suas súplicas. Cheirou sua cocaína até o último grão e assaltou o homem de terno e maleta que reagiu, e morreu esfaqueado.
Violência urbana, manchete do jornal, indignação da população. E na orla, faixas, cartazes, bandeiras, uma multidão de branco e o sinal verde, mas o carro dele ainda parado: "Cacete! Eu to atrasado! Meu encontro é as 16h e essas pessoas atrapalhando meu dia!". buzinou até abrirem o caminho para ele. Quando chegou no restaurante, a mulher não estava mais lá. Foi embora chutando tudo que via pela frente, inclusive um cachorro, que raivoso abocanhou a perna da mulher no outro lado da rua...
...acabei de tacar copos pela janela do meu apartamento. Se recomecei o ciclo? não sei, mas ao menos, não sou mais o pegador nesse Pic-pega.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom Vinicius.
ResponderExcluirConcordo que sempre chega na gente.
Depois passa no meu blog.
http://gargantadehalls.blogspot.com/
T.
Sim, eu estava na passeata! ;) E mulher não estava lá, pq também estava na passeata. E quando ele saiu chutando tudo, acertou uma amiga minha, então tive de sair correndo da passeata para o hospital onde ela estava...
ResponderExcluirNinguem percebe que vivemos em sociedade.
ResponderExcluirtá parecendo o roteiro do filme "um dia de fúria"...
ResponderExcluirDigno abordar essa agressividade que chega a nós por meio dos desastrados desfeixes pelos quais cada um passam diariamente .
ResponderExcluir