segunda-feira, 29 de outubro de 2012

a porta, o quarto

- Posso te abrir? pergunto à porta

- Claro que pode

É vermelha, como portas de emergência, puxo para ver o outro lado. Nada de mais. Apenas poeira, como uma casa em obra. Como estou aqui? Em pé, vestindo branco. Paredes brancas, atmosfera cinza e o diálogo vermelho.

Fechei a porta.

Há algo nela que se move em sua superfície, brumas, formas, rugas. Passo para a outra sala, afim de me livrar dessa imagem que me perturba.

Atravesso o próximo cômodo incomodo com ainda a presença da porta atrás de mim que diz enquanto caminho:

- Eu sou a porta... eu sou a parede...

Esse chão, muito empoeirado, não sei se em ruína ou construção.

- Eu sou o chão que você pisa e a pedra que nele está.

- Antes de ser voz já sabia. Penso

- Pois também sou sua mente, que também é porta.










Abro os olhos, estou viajando pelo Aterro que se mostra
pelas janelas, ao lado
do banco, atrás
da porta, perto
do motorista.
calados.

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