- Posso te abrir? pergunto à porta
- Claro que pode
É vermelha, como portas de emergência, puxo para ver o outro lado. Nada de mais. Apenas poeira, como uma casa em obra. Como estou aqui? Em pé, vestindo branco. Paredes brancas, atmosfera cinza e o diálogo vermelho.
Fechei a porta.
Há algo nela que se move em sua superfície, brumas, formas, rugas. Passo para a outra sala, afim de me livrar dessa imagem que me perturba.
Atravesso o próximo cômodo incomodo com ainda a presença da porta atrás de mim que diz enquanto caminho:
- Eu sou a porta... eu sou a parede...
Esse chão, muito empoeirado, não sei se em ruína ou construção.
- Eu sou o chão que você pisa e a pedra que nele está.
- Antes de ser voz já sabia. Penso
- Pois também sou sua mente, que também é porta.
Abro os olhos, estou viajando pelo Aterro que se mostra
pelas janelas, ao lado
do banco, atrás
da porta, perto
do motorista.
calados.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
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