domingo, 8 de julho de 2012

Minguante


Essa lua cheia foi
sem se mostrar a mim.
Estava entre árvores,
entre prédios,
entre tetos.

Mas à mim,
só me sobrou
sua míngua de luz,
ao lado de nossa sombra.

Essa lua cheia,
sei que foi
daquelas
bem amarelas
daquelas
que ouve o uivo,
daquelas
que estimula a próstata.

Mas à mim,
só me sobrou
sua míngua de luz,
ao lado de nossa sombra.

Sombra
que só há
pois há luz.
Sombra de textura,
textura de minha pele
que vive cheia de si
e cheia de ti.
Daquela sombra
que só está ali,
pois estou aqui.

Mas não me adianta sair do lugar, a sombra estará ali, pois há luz em toda a parte.

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