sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Grilo

Eis aqui, nessa noite, quem em dezessete anos nunca deu ares de sua graça. Atrás das plantas, atrás das fêmeas, frenético e irritante.

O vento é denunciado pela melodia angelical acima da minha cabeça, abaixo do céu. E incrementa o inexorável canto daquele que não pára a noite toda e some a manhã inteira, que me consola o vazio do céu limpo, que deixa as folhas mordidas como pagamento. Daquele que esfrega-lhe as pernas, tritrila meus ouvidos, passa ao pensamento pra fazer disso arte. Mas, antes, devo sentir. E sinto o sono fugir, a reflexão pulsar, a era nostalgica voltar à mente.

Lambuza minha audição, percorre meu corpo, relaxa minha tensão, invade minha cabeça, se intercala com meus pensamentos, rompe meu raciocínio, me coça a pele, surta minhas idéias, procuro o desgraçado, pego meu sapato, agora arremessado! Pronto, acabou.

2 comentários: