Pobre Cristine...

Cristine, nascida de opressões e da união de almas gêmeas. Ainda pequena na boca do povo ganhando espaço para falar, gritar e explodir as sete cores comprimidas dentro de si, inclusive nenhuma delas, o negro do mal, e perdia-se do seu eixo. Agia muito por doses de vingança e vangloriação. Sempre palestrando sobre hipocrisias baratas, usando seus falsos moralismos e criticando-se sem saber.

Pobre Cristine, agora sim, reparo que era louca. Nunca pensei que suas palavras eram ditas a sério. Se soubesse, não teria ajudado a sustentar suas idéias mirabolantes. Atrás de poderes utópicos, dizia ser a luz, fingia-se de exército e recrutava aprovando a afinidade dos outros consigo. Mas em sua seleção afobada escolheu as pessoas erradas, que viraram maioria e abafaram com a lucidez todo seu sonho de majestades.

De sexo andrógeno, arranhava, batia, gelava, esquentava, chupava, lambia os beiços lambendo pé. Dizia celebrar aquele dos vinhos para comer sua tropa em festas de quatro paredes e ninguém em casa. Partilhava o prazer do gozo, gozava o prazer do parceiro.

Se resolvesse mudar, não seria mais Cristine, seriam pedaços espalhados por aí. E é isso seu presente, cérebros para um lado, genitálias para o outro e merda por toda parte.