terça-feira, 10 de junho de 2008

Parasita




Todos os passos corridos das avenidas centrais são providas de um sentimento que bloqueia os outros. Um sentimento que (por mais paradoxo que isso seja) inibe a ação dos outros. Aquele que é mais fatal que o ódio, que é bombardeado pela atenção, inimigo mortal da alegria: a indiferença.

Abundante nas relações profissionais, ela corrói nossa rotina, transformando o universo em um conjunto de mundos particulares, limitados, pessoais e intransferíveis. Nos tira toda a atenção ao próximo, não deixa nos comovermos com os outros e seus problemas, ignorando-os. Parente próximo do egoísmo, a indiferença nos retira todo o impulso de tentar ajudar as pessoas. Característica principal dos seres-humanos urbanos, que em sua maioria é capaz de ver um velho fraco tentando surfar nas sacolejadas do ônibus e não se levantar para aliviar as pernas do homem que mal sustenta seu próprio corpo. Sentimento nada sentimental responsável pelo estupro, corrupção e várias outras proezas que esse animal é capaz de cometer contra seus semelhantes.


Nenhum de nós é tão bom e mentiroso o suficiente para demonstrar imunidade à esse parasita presente em tantas atrocidades da história. Presente no nazismo: indiferença aos entulhos de corpos sem alma. Presente no Vietnã: Indiferença aos gritos horrorizados ao ver e sentir a chama de Napalm impregnada nos poros inocentes. Presente na humanidade: indiferença às dores, aos gritos, às mortes, às lágrimas, à fome, à esperança. Indiferença à vida.

A indiferença se apresenta em várias proporções, podendo causar, através do homem, desde a
morte de uma criança com dengue esperando a três dias ser atendida num hospital público até um planeta revoltado contra os abusos egoístas de uma raça que só pensa em si.

Uma praga que vai nos consumir pouco a pouco até não sobrar nenhum de nós: Então a Terra poderá se ver livre desse parasita que não poderá recorrer a ninguém para se alimentar e sobreviver.

5 comentários:

  1. Realmente. A indiferença inibe o amor. E nossa realidade atual, exige essa indiferença. Porque é tão díficil de se manter, que você se volta só para suas necessidades. É um mau urbano.

    Minha mãe diz, que quando ela morava na roça, na infância. As pessoas de lá tinham um pensamento mais amigo, mais simples, mais amoroso.

    Gostei de suas observações.

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  2. Qnd acabar o mundo vai sobrar a esperança, as baratas e a indiferença.

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  3. Mudou o post só pq eu faleeeeeeeeeeeei!
    Ficou otimo, bjs

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  4. O post ficou ótimoo!!! Falou tudo, o ser humano nao passa de um PARASITA!!! o problema é que quanto o parasitado morre, o parasita tambem se extingue. Estamos nos matando aos poucos, como vc disse. E essa indiferença, todo mundo fala da áfrica ou do oriente médio como se fosse um planeta distante sabe, e falam de mendigos como se estivessem falando apenas de números, ou coisas que deixam a cidade feia. O ser humano precisa de parar de olhar pro próprio umbigo.

    Arrasou!!

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  5. Oi vini, quase chorei lendo isso!!!
    e vendo essa imagem das pessoas mortas! q coisa horrível...
    eu tbm penso mto nisso, pq vivencio a indiferença na minha escola, no onibus, na rua e etc...adorei o texto!!!!!
    bjoss, bia (da net ok! kkkk)

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